A contaminação microbiana na indústria de alimentos é uma preocupação séria. Além das implicações ambientais, a contaminação por microrganismos também pode afetar os produtos alimentícios através de sistemas de ar comprimido.
É essencial que os fabricantes realizem testes regulares em seus sistemas de ar ou gás de qualidade alimentar para microrganismos, garantindo assim a segurança e a qualidade de seus produtos.
Bactérias, leveduras e fungos são microrganismos que podem impactar os sistemas através do ar comprimido ou do nitrogênio, representando sérios riscos para os produtos finais e colocando os consumidores em perigo.
O ar e o gás de qualidade alimentar não podem contaminar os produtos, especialmente com microrganismos. Portanto, é fundamental compreender as causas da contaminação microbiana, seu impacto na produção e o necessário para desenvolver um plano de monitoramento e proteção eficaz do sistema.
A contaminação microbiana pode se acumular no ar de qualidade alimentar de diversas maneiras:
Os microrganismos podem ser introduzidos em um sistema de ar comprimido através de várias fontes.
O ar de admissão do compressor capta o ar atmosférico, que pode transportar de 3 a 29 bactérias por m³. Isso implica que um compressor com capacidade de 300 m³/h pode atrair entre 54.000 a 530.000 bactérias por hora (Scott, 2017).
Este grande número de microrganismos pode afetar os produtos finais se a filtração for inadequada ou se o tamanho do filtro não for apropriado para o sistema em questão. Uma avaliação de risco pode ajudar a determinar o tipo apropriado de filtração.
Vazamentos também podem introduzir microrganismos no sistema de ar comprimido. Um vazamento atua como uma espécie de sucção que puxa o ar atmosférico para dentro do sistema. Se o vazamento ocorrer após a filtração, os microrganismos presentes na atmosfera entrarão no sistema e afetarão o produto final.
É crucial considerar o efeito que outros contaminantes têm no crescimento microbiano. Ambientes quentes e úmidos são propícios para o crescimento microbiano. Isso significa que um excesso de óleo e água em um sistema de compressores cria um ambiente favorável para os microrganismos.
Além de secadores, drenos e filtros, testes regulares de água e óleo total podem ajudar a garantir que o sistema do compressor não se torne um ambiente propício para o crescimento microbiano.
Os microrganismos presentes no ar comprimido de qualidade alimentar podem acarretar sérios riscos e ameaças para a indústria, incluindo:
Recall de produtos:
A contaminação do ar comprimido com microrganismos pode resultar em recalls dispendiosos, perda de produtos e até mesmo no fechamento temporário das operações de produção.
Os micróbios mais comuns que causam esses problemas incluem:
- Listeria monocytogenes: Um dos patógenos mais perigosos na indústria de alimentos (Grinstead, 2015).
- Salmonella: Uma fonte comum de intoxicação alimentar para os consumidores.
- Coliformes: Indicadores de ambiente insalubre (Cornell University, 2007).
- Escherichia coli: Encontrada em carne, leite, frutas e vegetais crus.
Alguns microrganismos, como bactérias e mofo, podem produzir exotoxinas que não são facilmente eliminadas por tratamentos antifúngicos e antibacterianos, uma vez que são metabólitos secundários (Sandoval, 2018). Isso ressalta a importância de testes regulares de ar comprimido para capturar esses contaminantes antes que se tornem biofilmes e produzam metabólitos secundários.
Alimentos prontos para consumo e crus são particularmente vulneráveis à contaminação microbiana. Segundo Scott (2017), geralmente há menos barreiras para eliminar os perigos entre a embalagem final e o consumo pelo cliente. Em um exemplo de 2001, uma empresa teve que realizar um recall de Classe II devido à contaminação do produto pelo sistema de ar comprimido, resultando em uma perda de US $ 2 milhões. Tais recalls não só afetam a parte financeira da empresa, mas também a reputação da marca.
A regulamentação de corpos estranhos e contaminação microbiana no ar de produtos comestíveis é uma preocupação fundamental na indústria de alimentos. Aqui estão algumas das normas e códigos relevantes:
- ISO 8573-7: Esta norma aborda a importância do monitoramento do ar comprimido para potenciais contaminantes. Embora não defina limites específicos para microrganismos, fornece especificações e procedimentos para controle de qualidade. Enfatiza a necessidade de técnicas assépticas adequadas para evitar a contaminação de áreas críticas. Além disso, contém informações sobre procedimentos informativos e normativos.
- DNV (Agência Regulamentadora) – SQF Code – Safety Quality Food Code (Código de Segurança na Qualidade de alimentos) Edição 8: Este código estabelece que o ar comprimido e o gás devem ser monitorados regularmente. Dada a ameaça que os contaminantes microbianos representam para os produtos alimentares, é crucial realizar testes regulares. Todos os pacotes oferecidos pela Trace Analytics estão em conformidade com os requisitos da SQF para ar de qualidade alimentar.
- BCAS: O British Compressed Air Society afirma que o nível de contaminantes viáveis no ar comprimido não deve ser detectável usando o método descrito na seção 7.6. Esta cláusula refere-se ao método de teste da ISO 8573-7 para conteúdo de contaminantes microbiológicos viáveis. Esta é uma diretriz importante para garantir a segurança e a qualidade dos produtos alimentares.
Como testar a contaminação microbiana no ar de produtos comestíveis:
A amostragem de ar comprimido é um processo que utiliza amostradores de impacto validado para uso de acordo com a ISO 8573. Este amostrador deve capturar amostras de ar em uma placa de contato de ágar, que são então levadas ao laboratório para análise.
Desde contagens totais de placas até manchas de Gram e identificação de organismos específicos, pode-se fornecer resultados precisos e oportunos para seus registros.
Quando se trata de garantir a qualidade do ar em produtos alimentícios, o teste de contaminantes microbianos pode ajudar a proteger sua marca, seu produto e seus consumidores.
